Com música e debates sobre racismo e representatividade no rock, ForCaos chega a sua 22ª edição

Legenda: A banda Rebaelliun (RS) é uma das atrações nacionais do festival ForCaos
Foto: Divulgação

Tradicional na cena musical cearense desde 1999, o festival ForCaos resiste e se reinventa a cada edição. Com mais de duas décadas de existência, o evento fortalece e divulga diferentes segmentos do rock. Em 2021, o ForCaos chega a sua 22° edição, que vai de 15 a 21 de março, com uma programação em formato virtual que promete levar muita música para o público de casa. 

Nessa primeira etapa do evento, o ForCaos convida dez bandas nacionais de sete estados para se apresentarem no palco virtual do festival. No repertório, tocam os grupos Krisiun (RS), Rebaellium (RS), Cérebro de Galinha (PA), Baixo Calão (PA), Expose Your Hate (RN), Test (SP), Scum Noise (SP), Hatefulmurder (RJ), Invisible Control (AL) e Jacau (BA).

No cenário da música local, também se apresentam dez bandas do rock cearense: Ankerkeria, Betrayal, Structure Violence, Encéfalo, Corja!, Diagnose, Darkside, Backdrope Falls, Steel Fox, Krenak. Os shows estavam previstos para serem transmitidos ao vivo do Centro Cultural Belchior, mas foram adiados em virtude do lockdown no Ceará. As novas datas ainda não foram divulgadas. 

“A apresentação das bandas locais a gente vai aguardar um segundo momento até melhorar essa questão do lockdown. Quando amenizar, quando puder fazer, vamos realizar”, adianta o idealizador do ForCaos, Amaudson Ximenes.

 Além do som, o festival promove também debates sobre racismo, diversidade e representatividade feminina na música. As rodas de conversa têm início na próxima quarta (17), com a mesa “Reversões Femininas”, às 16h30, e “Onde estão os Pretos no Underground?”, às 20h. Na quinta (18), o ForCaos discute sobre “Onde estão os Pretos no Underground?”, a partir das 20h.

“O rock é um estilo de contestação, resistência, e as letras falam muito dessas questões de preconceito, racismo, homofobia. O que a gente vê hoje? Um acirramento muito grande. O próprio rock partindo para o lado do conservadorismo. Uma música de resistência destila preconceito. Vê-se coisas absurdas ditas por artistas, como questões de racismo, nazismo e fascismo”, afirma o produtor cultural. 

Ainda dentro das atividades formativas, o festival oferece a oficina  “Fotografia Rock.Doc: Luz, Câmera e Distorção”, a qual convida o videomaker, Estevam Romera. No workshop, o fotógrafo compartilha dicas de como as bandas podem produzir seus próprios conteúdos com qualidade, utilizando soluções baratas, “gambiarras” e improvisos. A oficina acontece na próxima terça (16), às 19h, no YouTube.

 

O ForCaos é uma realização Jolson Produções Artísticas e Associação Cultural Cearense do Rock. A 22° edição do evento é contemplada pelo “Edital Festivais Culturais” da Lei Aldir Blanc promovido pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará.

 

Resistência

 

Esta é uma imagem do primeiro cartaz do ForCaos
Legenda: 1° edição do ForCaos contou com cerca de 1200 pessoas em três dias de evento
Foto: Reprodução

A 22° edição é a segunda realizada diante do contexto de pandemia e de crise no setor cultural. Mais do que nunca, foi necessário resistir e se reinventar. Sentimento que já é um velho conhecido do ForCaos.

Em mais de 20 anos de história, o festival que é famoso nacionalmente, já superou perrengues na captação de recursos, realizou vaquinhas online para manter os shows e enfrenta o segundo ano de pandemia. Só deixando de levar o rock a cena musical cearense apenas uma vez, em 2016. 

“A associação tem um bocado de resistentes, de doido, um bocado de apaixonado pelo que faz. A paixão que a gente tem é muito grande. Como não estamos juntos fisicamente, a gente tá conversando, dialogando, compartilhando as alegrias, os sofrimentos desta pandemia, as dificuldades”

Serviço

ForCaos 2021

De 15 a 21 de março, no YouTube. Gratuito. 

Fonte: Diário do Nordeste